domingo, 13 de maio de 2012

MARCOPOLO UMA NOVA MULTINACIONAL BRASILEIRA

 Em novembro passado, Meca e Medina, duas cidades sagradas para os muçulmanos, receberam mais de 2 milhões de peregrinos vindos de diversas partes do Oriente Médio. Seu destino era a celebração do Ramadã, o período de jejum e orações que sempre acontece no nono mês do calendário islâmico. Uma parte desses religiosos – cerca de 32 mil – fez o trajeto até essas cidades em ônibus rodoviários produzidos pela gaúcha Marcopolo criados especialmente para a ocasião. “Os peregrinos não podem ter nenhum objeto acima de suas cabeças durante a viagem a essas cidades, por isso criamos um veículo com teto removível”, diz Ruben Bisi, diretor de operações internacionais. Desde 2003, a Marcopolo vendeu 2,7 mil ônibus rodoviários para a Arábia Saudita, 700 deles conversíveis, para que ninguém fique mal com Alá. O caso da Marcopolo é emblemático de um fenômeno recente de empresas brasileiras, que têm apostado em um modelo de negócios aberto à participação das subsidiárias internacionais nos processos de inovação. Esse espaço para criar produtos e processos que se adaptem a mercados distintos foi essencial para que, em 2009, a companhia tivesse 38% de suas receitas originadas no exterior. “Em 2003 e 2004, antes que o dólar despencasse, mais da metade do nosso faturamento vinha de fora”, diz Bisi. Decorridos 50 anos desde que pisou fora do Brasil, hoje a Marcopolo opera com filiais no México, Argentina, Colômbia, África do Sul, Egito e Índia.

SAMBA DO APPROACH